quinta-feira, 21 de novembro de 2013

"DÚVIDA METÓDICA DE RENÉ DESCARTES. (COGITO, ERGO SUM)”.


DÚVIDA METÓDICA DE RENÉ DESCARTES.

“COGITO, ERGO SUM”.



"Penso, logo existo".

1 DÚVIDA METÓDICA DE RENÉ DESCARTES - “COGITO, ERGO SUM” PENSO, LOGO EXISTO.

Essa frase “Cogito, ergo sum”, não veio de uma “revelação iluminada”, nem mesmo foi criada por “inspiração” de alguém que acordou pela manhã e olhou para um ponto fixo na parede e, como não tinha nada a dizer, disse: Penso, logo existo. Essa frase foi a conclusão certa e segura da pesquisa científica de René Descartes sobre  a Teoria do Conhecimento.
René Descartes (1596-1650), nascido em La Haye, Tauraine na França e falecido em Estocolmo, na Suécia, onde dava aulas de filosofia e de ciências à rainha Cristina. Se tornaria um dos filósofos mais importantes do século XVII e XVIII, influenciando a formação e o desenvolvimento da filosofia moderna, destacando o texto “Meditações metafísicas”, sua obra filosófica mais importante. Grandes filósofos como Locke, Hume e Kant utilizaram suas teorias e princípios. Por estas razões, ele é frequentemente chamado de o pai da filosofia moderna.

2 DÚVIDA HIPERBÓLICA


Seu ponto de partida para a frase em estudo consistiu-se em adotar a posição cética, radicalizando ao ponto de levar às suas últimas consequências para então mostrar ao adversário que se trata de uma posição insustentável, descartando tudo que não tiver uma fonte confiável, surgindo assim a dúvida hiperbólica (Exagerada). Toda a filosofia posterior sofreu influência do filósofo, assumindo uma tendência idealista, isto é, uma tendência a valorizar a atividade do sujeito pensante em relação ao objeto pensado.
Descartes foi um racionalista convicto e recomendava que desconfiássemos das percepções sensoriais (audição, tato, paladar, olfato, visão), dos sonhos e da imaginação, pois seriam responsáveis por frequentes erros do conhecimento humano, são verossímeis (que parece verdadeiro). Dizia que “o verdadeiro conhecimento das coisas externas devia ser conseguido através do trabalho lógico da mente”. Para Descartes, o conhecimento tem que ser o conhecimento certo e sua essência do método consiste em começar com preposições que podem ser intuídas como claras e verdadeiras para deduzir delas o resultado passo a passo.
Os ingredientes são dois:  Intuição e Dedução.
Intuição: A capacidade de perceber diretamente, pela mente a verdade simples.
Ex: O triângulo tem três lados. É fácil observar essa verdade pelo que Descartes chamava de  “luz natural da razão”.
Dedução: A capacidade de mover a verdade simples para outra verdade, quando a primeira implica na segunda.
Ou seja, intuição é tudo de uma vez, enquanto dedução, segundo Descartes é como a intuição em movimento, é sucessiva. Ele dizia:
“O menor motivo de dúvida que for encontrado bastará para rejeitar todas. E para isso, não é necessário que examine cada uma em particular, o que seria um trabalho infinito, mas cisto que a ruína dos alicerces carrega consigo todo o resto do edifício, dedicar-me-ei inicialmente aos princípios sobre os quais todas as minhas antigas opiniões estavam apoiadas”. (DESCARTES).
Porém, isso lhe trouxe um problema, pois ele pensava na intuição como uma capacidade inata (ideias que nascem com as pessoas)  e assumiu que ela é confiável de modo que o intelecto não pode cometer erros se for usado corretamente. Porém, Descartes era receoso da censura religiosa, por causa da condenação de Galileu Galilei e muitas outras coisas, o que pode ter ocasionado uma não publicação do aprofundamento desse seu trabalho, tendo como consequência a posteriore, que suas ideias foram contestadas pelo filósofo John Locke que mostrou que a nossa capacidade é empírica (ideias adquiridas através da experiência das sentidos) e por isso não poderia ser inata.

3 O COGITO


Descartes acreditava que a natureza funcionava como uma máquina e tudo o que existe nela poderia ser traduzida em equações, contudo, antes precisou encontrar um ponto de apoio firme. Procurou derrubar velhas crenças e falsas opiniões e impressões enganosas e começou a duvidar de tudo que acreditava e então pensou:
“Como posso ter certeza de que eu estou aqui sentado diante do fogo? ...Como posso ter certeza de que essas mãos são minhas? ... Os loucos chegam a acreditar que são reis e quantas vezes eu sonhei que estava nessa cadeira, vestindo essa roupa... Mas mesmo sonhando, devo admitir que dois mais dois são quatro e que um quadrado tem quatro lados. Será que eu encontrei uma verdade? ... Mas e se um Deus enganador, se um gênio maligno colocou todas essas verdades em minha cabeça? ... Como posso ter certeza de que tudo isso é um engano?”. (de Vivianne Mosé sobre Descartes)
 Depois de derrubar todas as falsas impressões, Descartes chegou a seguinte conclusão:
“Posso duvidar de tudo, mas tenho a certeza de que estou aqui, pensando, duvidando. Sou uma coisa que duvida, que pensa: Cogito, ergo sum/Penso, logo existo”.
Debaixo dos escombros, Descartes encontrou um ser que pensa, que usa a razão. A verdade não estava mais no saber dos grandes mestres. A razão é o único instrumento que o homem poderia utilizar para entender o mundo. A única coisa confiável. A partir daí, Descartes reconstruiu toda a sua visão do Universo e isso representou uma revolução na História do pensamento.


4 O MÉTODO CARTESIANO


O Método de Descartes foi proceder de forma matemática, primeiro estabelecendo os princípios fundamentais, para a seguir derivar deles suas consequências. Dessa forma, utiliza-se o método rigoroso do raciocínio matemático, ele esperava construir, “sobre bases firmes e sólidas”, um edifício filosófico que ficasse imune à controvérsia fútil que havia caracterizado a filosofia que aprendera na escola.
Também consiste o método, na realização de quatro tarefas básicas:
Certificar-se se existem evidências reais e que não deixem dúvidas acerca do objeto de estudo. Isso significa em não aceitar algo como verdadeiro sem conhecê-lo de fato, isto é, evitar com cuidado qualquer opinião ou engano a ponto de excluir qualquer possibilidade de dúvida.
Dividir ao máximo as coisas, em suas unidades, e estudar as partes mais simples que surgirem. Trata-se de dividir o problema em tantas partes quantas fossem necessárias para melhor poder resolvê-lo.
Sintetizar e conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir pouco a pouco, gradualmente, até o conhecimento dos mais compostos; e admitindo uma ordem mesmo com aqueles que não apresentam nenhuma ligação entre si.
Enumerar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento, ou seja, fazer enumerações tão completas, e revisões tão gerais, que tivesse certeza de nada ter omitido.




CONCLUSÃO

Enfim, quem pode garantir que a verdade imutável que Descartes tanto defendeu, não seja uma ilusão?
É possível que o mais interessante de toda essa história não esteja na conclusão, mas sim no caminho que o filósofo percorreu até chegar à ela, o caminho da “dúvida”. Será que o “eu” é um lugar firme e seguro, capaz de sustentar a verdade? Temos muitas dúvidas e poucas certezas.
Enfim, podemos deduzir que a dúvida existe para o bem do conhecimento, afinal de contas, só se pode aprender de fato, porque existe a dúvida e se não fosse a dúvida, não aprenderíamos mais nada.

Escrito por Álvaro João dos Santos
*Trabalho de Aproveitamento da disciplina Filosofia da Educação exigido pela Prof.º Edson Ortiz/FAG - Faculdade Guaianás.

REFERÊNCIAS WEBGRÁFICAS


1 Resenha da obra: o discurso do método. Disponível em:<Pas2jk.wordpress.com /2011/09/27/ resenha-da-obra-o-discurso-do-metodo---rene-descartes/>. Acesso em: 17 de nov de 2013.
2 Vídeo de Claudio Costa. Disponível em:< youtube.com/watch?V=WB3crKmG4>. Acesso em: 17 de nov de 2013.
3 Vídeo de Viviane Mosé: Disponível em:<youtube.com/watch?V=rgJcomdggGw.>. Acesso em: 19 de nov de 2013.
4 Método Cartesiano. Disponível em:<www.psicoloucos.com /ReneDescartes/ metodo-cartesiano>. Acesso em: 20 de nov de 2013

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