sábado, 16 de novembro de 2013

RESENHA II - FILME "CENTRAL DO BRASIL"




RESENHA DO FILME “CENTRAL DO BRASIL”.



Ao escrever sobre o filme “Central do Brasil”, de Walter Salles, deve-se atentar para o reconhecimento da qualidade do filme, pois fora vencedor de vários prêmios importantes no exterior, inclusive indicado ao “Oscar” de melhor filme estrangeiro. O Filme é de 1998 e acontece em uma estação de trem que tem o nome “Central do Brasil” e fica na cidade do Rio de Janeiro.

Josué (Vinícius de Oliveira), entre tantas e tantas crianças que vivem sem a presença do pai, retrata mais um caso de família desestruturada e pobre. Só que agora se vê sem mãe que morreu em um acidente de ônibus, em frente a estação de trens Central do Brasil.

Sozinho na vida, agora Josué recebe a ajuda de Dora (Fernanda Montenegro), uma professora aposentada que para “ajudar” no orçamento doméstico, trabalha todos os dias na estação de trens, como escrevente de cartas para analfabetos.

Dora não é uma mulher de bom caráter e seus “clientes” nem imaginam que ela não envia as cartas deles. Essas cartas são escritas por Dora e as pessoas tinham tanta confiança nela que, ao invés de ficarem com as cartas para eles mesmos colocarem no Correio, deixavam a tarefa para ela, na confiança típica de alguém que, por não saber ler e escrever, confia na professora, que para a época era como uma “segunda mãe”. Esse deve ser o papel do professor na sociedade. As pessoas ainda acreditam na honestidade do professor como autoridade do saber e do ensinar e por isso deve-se prezar pela moral e os bons costumes ao exercer a profissão de professora. As pessoas tentarão imitá-la, pois confiam nela como se fosse realmente uma “segunda mãe”.

Dora resolve ajudar a criança órfã só depois de uma crise de consciência provocada pela vizinha (Marília Pera) ao saber que ela havia negociado o menor para uma “possível” organização de tráfico internacional de crianças, por dois mil reais e Josué, “quem sabe”, poderia ter os seus órgãos roubados, ou uma outra coisa horrível. Dora, então, voltou ao local onde o havia deixado e resgatou Josué. Só que agora se viu em apuros, pois poderiam ir atrás dela e do menino para os matarem.

E daí por diante, assistiremos a uma longa viagem que começa no Rio de Janeiro, viajando milhares de quilômetros no solo brasileiro, uma verdadeira aventura até chegar à pequena cidade de Bom Jesus do Norte/Ba. Uma viagem que vai percorrer a vida inteira de Dora e também a vida do povo brasileiro abandonado pela pátria tão amada.

Central do Brasil é um filme que prende a atenção do início ao fim e retrata a vida de um povo muito sofrido, mas, sobretudo, um povo lutador. É um filme que tem a nossa “cara” e mostra a injustiça social discrepante que há no país e a tirania de algumas autoridades que ao resolver problemas de furtos, até matam, como se houvesse uma espécie de justiça paralela.

            Enfim, é um filme que nos faz refletir sobre a necessidade de criar uma legislação na Educação que possa incluir todos os brasileiros para receber um ensino público de primeira qualidade e não somente para as elites. É preciso dar uma basta no analfabetismo e na “miséria social” e liberar condições reais de sobrevivência, sem precisar sacrificar tanto um povo que ainda não percebeu que a culpa disso tudo é o próprio Estado que o chama de “cidadão”.


QUESTÕES SOBRE O FILME "CENTRAL DO BRASIL".


I. Explique por que o título do filme possui um alcance metafórico.

É como se o Brasil inteiro passasse por ali. São pessoas de todas as partes do país com as mais variadas culturas, desventuras e desilusões. São pessoas anônimas, mas que podem representar o centro e a essência do nosso país.


II. Explique a materialização do discurso em Central do Brasil, levando em conta a oralidade.

São relatos de pessoas que se separaram dos entes queridos e não possuíam telefone para manter o contato, ou talvez fosse difícil se comunicar através desse meio de comunicação. E-mail, não existia, rede social, muito menos. Nesse contexto desesperador, a comunicação entre as pessoas era feita através das cartas, mas, como eram pessoas analfabetas, procuravam Dora que era uma escrevente de cartas para analfabetos. Dora era a única esperança de verbalizarem a comunicação com as pessoas que viviam longe. Só que o vocabulário das pessoas analfabetas é muito limitado, com muitos erros de português.


III. Como acontece a relação dialógica entre a escrevente e as pessoas que a procuravam?

Quando a mãe de Josué pediu para Dora escrever uma carta endereçada ao pai do menino, ela não conseguia se expressar direito, pois quem não lê e não escreve, também não consegue se expressar, por causa da dificuldade com a língua, então Dora tinha que se intrometer na fala da mulher e dava opinião em seus pensamentos e sentimentos. E assim fazia com todos os clientes.


IV. Os relatos das pessoas são considerados fiéis? Justifique.

Até poderiam ser fiéis se a escrevente colocasse no papel exatamente o que era ditado pelos analfabetos, porém ela escrevia as cartas sugerindo os seus próprios relatos, fazendo uso de suas próprias ideias.


V. Qual é a mensagem do filme “Central do Brasil?

Esse filme traz a desigualdade, como pano de fundo, mostrando a distância discrepante da classe dominadora e os dominados, ricos explorando pobres. Mostra o descaso das nossas autoridades com relação a exclusão de tantos brasileiros, que depois vivem uma vida medíocre em uma parte qualquer do país buscando a sobrevivência diária, quase sem perspectiva de melhoria na qualidade de vida. Mostra com fidelidade sobre como viver num país tão rico, tão grande, mas tão alheio aos problemas sociais.

Ficou um grande alerta para o Estado que poderia mudar a vida dos brasileiros, se fizesse uma legislação mais próxima dos pobres sem favorecer tanto as pessoas ricas, como, banqueiros, empresários e fazendeiros e senhores de engenhos modernos. Para a pedagogia, o grande desafio de se envolver cada vez mais com esta problemática em busca de caminhos vitoriosos e apontá-los para as autoridades e famílias na tentativa de minimizar cada vez mais essa ignorância que faz muito mal para a saúde do Brasil.



Série "Meus Textinhos" do 1° Semestre de Pedagogia.
Escrita em 16/11/2013 por Álvaro João dos Santos - Trabalho de Aproveitamento da disciplina “Técnicas de Leitura e Escrita” solicitado pela Prof.ª Claudinéia Alves da Faculdade Guaianás - FAG.

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